Telma Miranda
ELEGIA

Somos os grandes solitários,
corpos na noite, vozes sem sentido.
A qualquer hora, a mesma sombra
cai sobre nós.

Podes falar, ninguém te ouve.
Noite tão noite, nunca se viu.
Cada soluço, que vem de longe,
chega (mas, de onde? ninguém sabe),
como se fora o teu soluço
que vem de longe.

Somos os grandes solitários.
Só a morte cresce em nós e deita raízes em nosso espírito.

Corpos na sombra, vozes sem sentido,
mudos erramos sem destino.

E, a qualquer hora, a mesma sombra
cai sobre nós.

Emílio Moura (1902-1971)
Marcadores: |
1 Response
  1. Estamos mesmo na Idade do Urânio...
    Um país como o Japão, no encontro de quatro grandes placas, não deveria ter usinas nucleares.
    Só nos resta torcer p/ que os efeitos não sejam muito extensos.


Postar um comentário