Um jovem amigo (muito jovem, adolescente ainda) me perguntou um dia como escrever uma crônica. Dei-lhe uma resposta nada original: observe uma borboleta ( não precisa ser a famosa borboleta amarela do Braga) e depois escreva sobre o acontecido: a borboleta, o dia, seus pensamentos, suas sensações. Simples assim? Bom (pensei em refutar, dissertar, explicar, mas desisti)... é... simples assim.
Revendo jornais antigos, encontro uma crônica de Luis Fernando Veríssimo intitulada "Crônica:definições". Com seu humor habitual, ele faz uma distinção - quanto à qualidade da crônica - entre:
a) crônica; b) croniqueta; c) cronicão; d) cronicaço.
Cronicaço é a grande crônica, aquela que consagra seu autor, diz Veríssimo. Já cronicão é a crônica grande, "tem até ponto e vírgula e citação do Montaigne". A crônica é "qualquer crônica, ou uma crônica qualquer". Vamos à croniqueta. Diz ele:
Croniqueta não é o nome científico da crônica curta, como pode parecer. É uma crônica inconsequente, geralmente sobre coisa nenhuma, escrita com desinteresse para ser lida com pouco caso e cara de nojo. Se muita gente recorta crônicas do jornal para guardar, muitos recortam, cuidadosamente, a croniqueta para atirar no chão e pular em cima, gritando argkght!
Considerações. Primeiro, se guardei essa crônica do Veríssimo ( e nada de argkght!) é porque não a considerei inconsequente. Eis aqui o resultado (tudo bem, tudo bem; se o resultado não é tão bom, a culpa é minha e não do objeto inspirador). Segundo, se essa minha croniqueta for lida, espero que seja salva pelo menos em consideração às referências que faço ao grande cronista (também porque vai ser mais complicado pular em cima da tela do computador). Terceiro, gostaria de acrescentar outra categoria: a croniquinha. Que não quer dizer que seja curta, nem completamente inútil. O diminutivo indicaria o lado afetivo de, por exemplo, achar um recorte de um jornal antigo, ler com prazer e escrever sobre os pensamentos e sensações decorridas da leitura. Tudo bem, tudo bem. Sei que não é simples assim. Mas pode ser. Pelo menos para uma croniquinha. Que nem esta.
Revendo jornais antigos, encontro uma crônica de Luis Fernando Veríssimo intitulada "Crônica:definições". Com seu humor habitual, ele faz uma distinção - quanto à qualidade da crônica - entre:
a) crônica; b) croniqueta; c) cronicão; d) cronicaço.
Cronicaço é a grande crônica, aquela que consagra seu autor, diz Veríssimo. Já cronicão é a crônica grande, "tem até ponto e vírgula e citação do Montaigne". A crônica é "qualquer crônica, ou uma crônica qualquer". Vamos à croniqueta. Diz ele:
Croniqueta não é o nome científico da crônica curta, como pode parecer. É uma crônica inconsequente, geralmente sobre coisa nenhuma, escrita com desinteresse para ser lida com pouco caso e cara de nojo. Se muita gente recorta crônicas do jornal para guardar, muitos recortam, cuidadosamente, a croniqueta para atirar no chão e pular em cima, gritando argkght!
Considerações. Primeiro, se guardei essa crônica do Veríssimo ( e nada de argkght!) é porque não a considerei inconsequente. Eis aqui o resultado (tudo bem, tudo bem; se o resultado não é tão bom, a culpa é minha e não do objeto inspirador). Segundo, se essa minha croniqueta for lida, espero que seja salva pelo menos em consideração às referências que faço ao grande cronista (também porque vai ser mais complicado pular em cima da tela do computador). Terceiro, gostaria de acrescentar outra categoria: a croniquinha. Que não quer dizer que seja curta, nem completamente inútil. O diminutivo indicaria o lado afetivo de, por exemplo, achar um recorte de um jornal antigo, ler com prazer e escrever sobre os pensamentos e sensações decorridas da leitura. Tudo bem, tudo bem. Sei que não é simples assim. Mas pode ser. Pelo menos para uma croniquinha. Que nem esta.
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