Lembro
ainda
quando ouvi,
pela primeira vez,
a valse nº 5 de Chopin.
Dos dedos de minha mãe
vi surgirem
asas,
cores,
que se transformavam em pássaros
que fugiam
voltavam
e novamente
desapareciam
num presságio de alegria...
Um estremecimento, então,
percorreu minhas mãos que,
ainda pequeninas,
desejaram ser as irrequietas avezinhas.
Mais tarde
(enquanto tocava a Berceuse)
percebi,
com o mesmo estremecimento,
que a emoção que nos torna livres como pássaros
também pode
- a mesma emoção –
aniquilar a alma.
Telma Miranda
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