V
Não lhe ergais lápides. Que a rosa apenas
floresça ano após ano em seu louvor.
Pois é Orfeu. Sua metamorfose
neste e naquele. Não nos afadiguemos
por outros nomes. Uma vez por todas:
é Orfeu quando há canto. Ele vem e vai-se.
Não é já muito que à taça das rosas
alguns dias por vezes sobreviva?
Se entendêsseis ao menos que ele tem de morrer!
Mesmo quando de morrer ele sinta medo.
Quando o seu verbo vence o estar-aqui,
ei-lo além já, onde vós não chegais.
Da lira a grade não lhe tolhe as mãos.
E ele obedece ultrapassando.
Sonetos a Orfeu - Rilke (1875-1926) (Versão portuguesa de Paulo Quintela)
Trecho da ópera de Gluck - "Orfeo e Eurídice" - com o maior pianista brasileiro.
Não lhe ergais lápides. Que a rosa apenas
floresça ano após ano em seu louvor.
Pois é Orfeu. Sua metamorfose
neste e naquele. Não nos afadiguemos
por outros nomes. Uma vez por todas:
é Orfeu quando há canto. Ele vem e vai-se.
Não é já muito que à taça das rosas
alguns dias por vezes sobreviva?
Se entendêsseis ao menos que ele tem de morrer!
Mesmo quando de morrer ele sinta medo.
Quando o seu verbo vence o estar-aqui,
ei-lo além já, onde vós não chegais.
Da lira a grade não lhe tolhe as mãos.
E ele obedece ultrapassando.
Sonetos a Orfeu - Rilke (1875-1926) (Versão portuguesa de Paulo Quintela)
Trecho da ópera de Gluck - "Orfeo e Eurídice" - com o maior pianista brasileiro.
https://www.youtube.com/watch?v=lLFF9UkoiJg
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