Telma Miranda
VERRÀ LA MORTE E AVRÀ I TUOI OCCHI

Verrà la morte e avrà i tuoi occhi
questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,
un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla.
Per tutti la morte ha uno sguardo.

Verrá la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.





Virá a morte e terá teus olhos.
A mesma morte que, de manhã à noite,
nos acompanha, insone e surda,
como um velho remorso
como um vício absurdo.
Teus olhos são palavras vãs,
grito contido, silêncio.
Os mesmos olhos que, a cada manhã,
vês refletidos no espelho, quando te inclinas sobre ti mesma.
Ó cara esperança!
Neste dia saberemos que és vida e és nada.

Para cada um, a morte tem um olhar.
Virá a morte e terá teus olhos.
E então será
como abandonar um vício
como ver no espelho refletido o rosto desfeito
como ouvir o som de lábios cerrados.
E desceremos ao abismo. Mudos.

(Tradução Telma Miranda)

Cesare Pavese, poeta italiano, nasceu em 9 de setembro de 1908. Este poema - dedicado a Constance Dowling, atriz americana por quem se apaixonara - foi escrito em 1950, depois do término do relacionamento e um pouco antes de se suicidar em um quarto de hotel. É dele a seguinte frase:

"Non ci si uccide per amore di una donna. Ci si uccide perché un amore, qualunque amore, ci rivela nella nostra nudità, miseria, inanità, nulla".

"Ninguém se mata por amor a uma mulher e sim porque o amor - qualquer amor - nos revela nossa nudez, nossa miséria, nossa vulnerabilidade, nosso vazio."



|
1 Response
  1. Cristiana Says:

    Telma, sono molto felice di essere potuta entrare nel tuo blog! Ora lo seguirò sempre. bacioni


Postar um comentário